Editora: Valentina
Páginas: 304
Lançamento: 2014
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“ Todo mundo tem direito de fazer o que
quiser, expressar seu amor como bem entender, sem medo de assédio, ostracismo,
perseguição ou mesmo a lei. Até relacionamentos emocionalmente violentos ou
adúlteros costumam ser tolerados, apesar do mal que causam aos outros. Na
nossa sociedade progressiva e permissiva, todos esses tipos de ‘amor’ daninho e
doentios são permitidos –mas não o nosso. Não consigo pensar em nenhum outro
tipo de amor que seja tão unanimemente rejeitado, embora o nosso seja profundo
apaixonado, generoso e forte a tal ponto que uma separação forçada nos causaria
uma dor intolerável. Estamos sendo punidos pelo mundo por uma e simples
razão: o fato de termos sido gerados pela mesma mulher.”
O livro vai contar a história dos irmãos Lochan e Maya, que
desde muito cedo tiveram que assumir o papel de “pais” de seus três irmão mais
novos: Willa, Tiffin e Kit no lugar de sua mãe alcoólatra e negligente.
Devido ao sofrimento e grande responsabilidade dos dois, eles sempre tiveram
uma amizade muito forte e próxima, que com o tempo transformou em um
grande amor.
“ Não há leis nem limites para sentimentos. Nós podemos nos
amar tanto e tão profundamente quanto quisermos. E ninguém, Maya, ninguém vai
poder jamais tirar isso de nós.”
Escrito em primeira pessoa, mas intercalando os pontos de
vista dos dois personagens , Tabitha Suzuma nos faz mergular em uma história
proibida e muito tocante. A narrativa é simples, mas extremamente bem
estruturada. Apesar de tratar de um tema complexo e denso eu não consegui
largar o livro, estando sempre ansiosa para saber os próximos acontecimentos da
história.
Desde o inicio da leitura, eu senti empatia pelos dois
personagens e pela sua situação delicada. Lochan foi o personagem ao qual tive
uma sintonia e identificação imediata, principalmente devido sua
personalidade e o fato de que sendo o filho mais velho, ter uma
responsabilidade maior na família.
“Mesmo à noite, quando abraço o travesseiro e olho por
entre as cortinas abertas, não me permito ceder, porque, se fizesse isso, eu
não me levantaria mais.”
Essa foi a primeira obra para jovens adultos que eu leio e
trata de incesto consensual. Confesso, que ao contrário da maioria das pessoas
e do que eu mesma esperava , não senti nojo ou repulsa do relacionamento
dos personagens , na verdade eu torcia para que os personagens superassem os
obstáculos e pudessem enfim ficar juntos.
Essa história de amor não é só um grande tabu, mas também é
considerada crime no Reino Unido, que é onde se passa a história. Intrigada por
esse assunto, eu pesquisei sobre o parecer da legislação brasileira sobre esse
assunto e fiquei surpresa o descobrir que não temos nenhuma lei criminalizando
o incesto consensual.
É importante lembrar que Tabitha faz também outras
reflexões importantes nessa obra. Ela nos faz pensar sobre
definição de família, preconceitos, amor e limites da sociedade. Enfim, se você
procura um livro com uma temática difícil, personagens cativantes e uma
leitura que vai te levar a questionar seus valores, eu recomendo
muito esse livro.
“Você pode fechar os olhos para as coisas que não quer ver,
mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir”.
Quero muito ler esse livro, a premissa me chamou muito a tenção. Adorei a sua resenha.
ResponderExcluirentrelinhasalways.blogspot.com.br
O livro é ótimo e a premissa muito interessante.
ExcluirQuando puder, leia!
Bjs